segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Eu Sou

Quando a fome aperta, o cinto aperta, a vergonha cai e caimos na valeta.
Imploramos por um pão com manteiga e justiça.
Queremos remédio pra dor do corpo e carinho pra doença da alma.
Queremos rostos de pessoas que não desviam olhares pela roupa suja que temos
Queremos ter terra, casa, educação.
Não queremos homens armados nos botando pra fora como quem toca o gado
Cujas intenções só prevalecem o "gadonegócio".
Somos índios, familias dos que não têm teto, não tem terra; somos pessoas que um dia tiveram DIREITOS e hoje foram expulsas da sociedade
Estamos nós às suas margens, ignoradas pela urbanidade.


Sou o que... roubaram 
As almas dos índios 
Que aqui habitaram 

Todas as riquezas 
De um continente 
Todos aqueles 
Esquecidos por sua gente 

EU Sou o grito 
Silenciado 
A dança e a festa 
Que não celebraram 

Mais uma morte 
Do agronegócio 
Plantadores de vida 

Que tem assassinos 
Por sócio... 

Sou os expulsos 
De todas as cidades 
ignorados 
Pela urbanidade 
Sou o índio que bebe 
Que fuma crack 
Da tribo pilhada 
Por um branco 
Saaaque 

Eu sou a tribo... dizimada 
A dignidade ainda estuprada 
Sou o aroma da flora 
A vida que nasce 
Contra a morte que assola 

A força do rio 
Que ruma ao mar 
O que corre nas veias 
Do índio a lutar 
Sou a alma 
Que co'a tua assemelha 
Sou a liberdade 
vestida em pele vermelha 

Julgam meu vício 
O erro maior 
Bebida, a droga e o dinheiro 
São todos frutos 
De um branco terreiro 

Ladrões que furtam 
Sem perdão 
Julgam a vítima; Condenam à prisão


VIDEO:  

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